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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

"O Desafiador de Gargântua"

Os anões habitam as terras de Bandrávia desde a sua criação. Pequenos e rechonchudos, com longas barbas, estes seres eram astutos e com uma capacidade incomum para trabalhar e moldar os metais, estes eram mais amigos da escuridão e, como tal, escolheram habitar nas montanhas e criar para si cidades subterrâneas. A sua capacidade na criação de armas e armaduras, tornava-os guerreiros de valor reconhecido. A divisão dos reinos de anões é esta: O reino mais a sul, é o reino de Voralin, provavelmente o maior e mais bem protegido reino dos anões, poucos algumas vez tiveram o privilégio de lá entrar e ainda menos de voltar a sair. Mais a norte nas montanhas junto ao grande mar de Bandrávia, está o reino de Nargadar, conhecido como o reino que melhor trabalhar não só o ferro, mas também o ouro, este é possivelmente o mais rico dos quatro reinos. Já nas terras do norte, do outro lado do grande mar está o reino escondido de Gargântua, para a maior parte das pessoas este reino é apenas mito, mas há quem afirme que ele é bem real. O reino mais a norte é o reino de Nem- Eorín, o mais desprotegido dos quatros reinos, mas ainda assim, os imponentes portões de entrada nunca foram transpostos e, ainda bem que não foram, porque do outro lado estão o melhores guerreiros de toda a raça de anões. 
Estes são os quatro reinos de anões nas terras de Bandrávia, mas por agora é do mito, do reino escondido de Gargântua e de um dos maiores guerreiros que os quatro reinos e toda a terra conhecida de Bandrávia alguma vez viu. Selviadram não era de família nobre, nascido na zona pobre de Gargântua, criado para ser escravo, desde pequeno ele sempre teve o desejo e ambição de ser um grande guerreiro. Não tendo acesso a armas, ele usava paus, martelos de trabalho, tudo o que lhe viesse à mão, para treinar e ser cada vez mais forte. Anormalmente ágil para um anão, o Selviadram rapidamente se tornou respeitado na zona pobre do grande reino, ninguém o consegui vencer. Quando atingiu a idade adulta, este anão tinha o cabelo ruivo cortado em forma de crista, a sua longa barba tinha três tranças e na sua testa estava tatuada uma pantera, a tatuagem era a marca de escravidão. Mas essa escravidão não durou muito tempo para o herói desta história, quando numa expedição aos túneis mais profundos de Gargântua, em busca de um tesouro escondido, a companhia em que seguia foi atacada por dezenas largas de duendes que habitam as profundezas das montanhas. O Selviadram matou mais de cinquenta duende sozinho e desta forma salvou a vida ao seu senhor, que como recompensa por este ato corajoso, concedeu-lhe a liberdade, dando-lhe uma pequena casa na zona de meia classe do reino de Gargântua e algum dinheiro, para que este pudesse começar uma nova vida e dar um novo nome à sua família. As famílias de escravos não tinham apelidos, por isso mesmo quando lhe foi concedida a liberdade, foi lhe dada também a oportunidade de escolher um apelido para si e para a sua futura descendência e o Selviadram escolheu o apelido Feldspar, um nome que nunca mais seria esquecido por toda Bandrávia. 
Mas o anão não estava contente com a liberdade e um apelido, embora se sentisse orgulhoso com o que tinha alcançado, ele queria mais e sabia que coisas maiores lhe estavam reservadas. Foi por isso mesmo que quando começaram a surgir rumores de que a escuridão provocada pelo domínio dos Orc's por todo o Norte de Bandrávia, estava a ameaçar também a segurança dos reinos dos anões, ele percebeu que alguma coisa tinha que ser feita. As notícia de que a escuridão no norte de Bandrávia levaram a que o rei Helizerod declarasse o fecho de todas as entradas do reino, o objetivo era que o reino permanecesse seguro e o seu nome caísse no esquecimento. Mas o Selviadram não tinha essa intenção, juntando vinte guerreiros corajosos, ele saíu antes que o reino fosse selado e partiu em busca de combater a escuridão. Durante alguns anos o guerreiro combateu ferozmente, matando milhares de Orc's e toda a espécie de criaturas negras. Quando o momento da grande batalha final, quando o reino de Nem-Eorín se juntou ao exército de Jamison "O Conquistador", o Selviadram estava na frente da batalha, combatendo ferozmente e derrotando inimigo após inimigo. Quando a batalha terminou o herói anão, foi reconhecido como maior e mais influente guerreiro de toda a batalha, o seu nome ficou escrito nos pergaminhos da História e ele regressou a Gargântua como o maior herói que aquele reino jamais tinha visto.
O Selviadram terminou os seus dias casado e colhendo os frutos de todo o seu esforço. O seu nome era agora o mais respeitado em todo o reino de Gargântua e todos queriam ser como o grande guerreiro de crista, o herói de Gargântua. 
Mas aquela não era a última vez que o apelido do guerreiro entraria na História da terra de Bandrávia, o nome Feldspar ainda viria a ser muito falado por toda a Terra.



quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Jamison "O Conquistador"


Há centenas de anos atrás, Bandrávia era dominada por um negrume crescente. Embora as Terras do Sul fossem habitadas por Elfos e Anões, para lá do mar tudo era diferente. As  Terras do Norte eram completamente dominadas por Orc's e criaturas negras, a escuridão reinava e já quase não se notava a diferença entre o dia e a noite. Apenas dois reinos de anões protegidos pelas montanhas conseguiam lutar contra as forças negras que ameaçavam destruir toda a terra. Os descendentes de Amareb, o primeiro homem, eram apenas escravos, forçados a trabalhar para os Orc's desde o dia em que conseguiam andar sozinhos, sem que nunca nenhum tivesse conseguido escapar. 
Os pergaminhos mais antigos, econtrados nas catacumbas de Eliendir, contam a história de quando um número significativo de homens, conseguiram finalmente escapar. Não há muitos pormenores de como essa escapatória aconteceu, mas os relatos descritos nesses manuscritos, começam na descida do rio Duncan, quando estes heróis estavam prestes a alcançar o mar que dividia as Terras do Norte, das Terras do Sul.
Cerca de trinta homens, dez mulheres e dez crianças corriam o mais rapido que conseguiam para alcançar o navio elfico que já podia ser avistado atracado onde as águas do rio Duncan entravam pelo mar dentro. Assim que alcançaram o navio as portas abriram-se e o Elfos que viajavam nele receberam estes homens que fugiam. Todos entraram no navio menos um, um jovem de vinte anos, alto, embora magro dos maus tratos que a escravidão trazia, podia notar-se que era mais entroncado do que o normal. Cabelo curto escuro e barba grande, olhos escuros como o cabelo, ainda novo mas com uma aparência que impunha respeito, aquele rapaz estava parado à entrada do navio.
- Jamison, estás à espera do quê? Uma voz feminina perguntou.
- Fugir não é a solução. Respondeu o rapaz.
- Como assim, o que queres fazer? Perguntou um dos homens fugitivos.
- Quero lutar, quero libertar todos aqueles que estão escravizados. Respondeu novamente.
- Tu és louco, não há maneira de vencer-mos, só nos podemos salvar a nós mesmos! Exclamou o mesmo homem.
- Então vão, fujam, eu vou ficar e vou lutar ou morrer a tentar. Afirmou o Jamison virando as costas.
Cinco dos homens que estavam dentro do barco saíram, para acompanhar o corajoso jovem, Everidã, Pegrovlick, Gierondei, Vordel, Pargodepolis e Turkeison. Todos eles a rondar os vinte anos de idade e claramente prontos a enfrentar o que viesse. Os Elfos fascinados com tamanha coragem, ofereceram alimentos , armas e armadura a cada um daqueles homens, para que eles tivessem ao menos alguma possibilidad de sobrevivência e seguiram pelo mar em direção às Terras do Sul.
Aquele foi o dia em que tudo mudou, estabelecendo campo na floresta hoje conhecida como Floresta de Luz (porque ali brilhou pela primeira vez a luz da esperança numa vida livre), os seis homens começaram a pouco e pouco a libertar outros escravos. Quanto mais escravos eram libertos, mais o novo exército crescia e em menos de dois anos, Jamison tinha quase mil homens a combater ao seu comando. Aos poucos territórios foram conquistados, batalhas foram conquistadas e histórias foram escritas, numa guerra que durou quase trinta anos e que culminou numa união entre Homens e Anões. Juntos e sempre comandados pela coragem e genialidade de Jamison, o Orc's e as criaturas que os acompanhavam, foram derrotados e expulsos das Terras do Norte. Naquele dia houve grande festa em toda a terra de Bandrávia e o herói da grande guerra ficou conhecido como Jamison "O Conquistador".
Toda a terra do norte pertencia agora ao Jamison, mas aquela nunca tinha sido a sua ambição, o guerreiro queria apenas aquilo que acabava de alcançar, a liberdade para todo o seu povo. Foi então que ele decidiu dividir as terras em seis reinos e colocar cada um dos seis corajosos companheiros que o acompanharam desde a primeira batalha, como reis nesses mesmos reinos, o seu desejo era que com seis reis diferentes, nunca mais a opressão voltasse a reinar nas Terras do Norte. A divisão ficou assim, o reino de Averdinion entre as muralhas Nem-Eorín e o Lago Leopardo, ficou ao cuidado de Everidã. O reino de Selion junto ao Rio Elimord e o grande mar, foi entregue ao Turkeison. Rondor o reino mais a norte, situado entre os montes Amareb e Riordan, foi deixado nas mãos do Pargodepolis. Pegrovlick tornou-se rei do poderoso reino de Eliendir, junto ao rio Falcão. A sul de Eliendir e junto ao rio Brilho, ficou o reino de Thalor que foi oferecido ao Gierondei. E por fim, numa ilha no meio do mar, o grande reino de Xelor que foi entregue ao Vordel.
Esta é a história conhecida de Jamison "O Conquistador".



segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A Lenda de Beloviliaque!!!

Beloviliaque filho do rei Balsemão,  mais velho de três irmãos e cinco irmãs e por isso mesmo o herdeiro legítimo ao trono do poderoso reino de Averdinion. Quando o tempo chegou, ele tornou-se o quinto rei do citado reino e um bom rei foi Beloviliaque, guerreiro de uma qualidade inigualável, estratega exímio e amado pelo seu povo, tinha todas as condições para ser lembrado como o maior rei não apenas no reino de Averdinion, mas em todo o mundo conhecido de Bandrávia. Mas não foi assim que a sua história acabou por ser contada, algo de estranho aconteceu, o seu fim tornou-se incerto e a sua história tornou-se lenda. Casado com uma bela moça de longos cabelos ruivos e olhos cor de mel, um sorriso invejável e um coração de ouro chamada Luianna, o rei vivia completamente apaixonado e consequentemente feliz. Essa alegria seguia-o para todo o lado, até mesmo para o campo de batalha, onde muitas vezes era obrigado a estar e ninguém duvidava que a alegria deste jovem era completa. Mas a verdade era que algo lhe faltava, o jovem rei não conseguia ter filhos e ainda que esse nunca tivesse sido um desejo seu, agora que se via impossibilitado, esse desejo começava a crescer no seu coração. Beloviliaque não estava preocupado com descendência, ele apenas queria a oportunidade de amar alguém, cuidar dessa pessoa e poder dar-lhe tudo o que era seu. Um dia, tinha o rei trinta anos de idade e regressava de mais uma vitória no campo de batalha, cavalgando pela noite dentro, desejoso de voltar para os braços da sua amada, um silêncio assustador o fez parar bem junto ao lago Leopardo. No meio daquele silêncio um som se fez ouvir, um gemido de medo, um choro de pavor, parecia a voz de uma criança. Beloviliaque procurou compreender de onde vinha aquele choro e seguindo o som aproximou-se de uma rocha encostada à água, atrás daquela rocha estava uma linda menina, não devia ter mais de sete anos de idade, cabelo castanho clarinho, quase louro, olhos esverdiados e pequenas sardas que quase passavam despercebidas ao olho menos observador. Aproximando-se com cuidado, ajoelhou-se junto da menina e com uma voz carinhosa perguntou:
- Porque choras pequenina?
A menina levantou a cabeça com um olhar apavorado de quem não queria estar sozinha naquela noite escura e olhou nos olhos do Beloviliaque sem nada dizer.
- Estás com medo? Perguntou ele.
A menina abanou a cabeça de forma afirmativa. O rei pegou a menina com jeito, colocou-a no cavalo e levou-a consigo no cavalo. No caminho a menina foi ganhando confiança e acabou por contar ao rei que se chamava Chloe e que os seus pais a haviam abandonado naquele lugar, dizendo que ela era um peso morto. O coração do rei encheu-se de raiva para com aqueles pais e de amor para com aquela menina, não havia dúvida, aquela menina tinha sido enviada pelo Criador para ser a filha que o Beloviliaque não tinha.
Com o passar dos anos o rei criou a menina como sua, amou-a, cuidou dela, deu tudo de si para que a Chloe se sentisse amada e parte daquela família. Quando a Luianna faleceu de doença tinha a pequena treze anos de idade, o laço entre o Beloviliaque e Chloe intensificou-se, agora o rei não tinha mais ninguém, o amor da sua vida tinha partido e a única coisa que ainda mantinha o coração dele intacto era saber que tinha um propósito, cuidar da sua filha e estar ao lado dela até que esta encontrasse o amor da sua vida. Mais três anos se passaram e então tudo se complicou, Foi numa tarde invernosa, no meio de um grande temporal, que o rei recebeu a dolorosa notícia, a Chloe, a menina que este amava como sua filha acabava de desaparecer, tinha sido procurada por todo o castelo e eu nenhum lado a conseguiram encontrar, sem qualquer explicação, a agora jovem tinha desaparecido, deixando para trás um bilhete com uma única palavra "Adeus"!
O Beloviliaque não sabia o que pensar, a sua filha não o podia ter abandonado, tinha que haver outra explicação, será que alguém a tinha enganado, será que tinha sido raptada, o que poderia ter acontecido? Durante quatro anos a sua vida foi dedicada a procurar pela sua filha desaparecida, ninguém sabe se ele encontrou respostas ou não, mas depois de quatro anos de busca, ele partiu para a sangrenta Batalha dos Seis Reinos e nunca chegou a sair do campo de batalha com vida.
A lenda foi crescendo e ganhando várias versões, mas a mais badalada é a de que o rei Boloviliaque aceitou entrar na grande batalha, porque a sua vida já não fazia sentido e ele não tinha mais nada a perder. Esta é a lenda do rei que perdeu tudo por uma filha que não era sua.

Brasão de Gargantua!!!